Política

A CASA CAIU? Lula se dar mal em briga com Bolsonaro, ele t… Ver mais

A insatisfação com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva vem crescendo, como apontam os dados da mais recente pesquisa da Quaest, realizada em setembro. O levantamento revela que os brasileiros estão divididos em relação à avaliação do governo: um terço da população avalia negativamente, outro considera a gestão como regular, enquanto o restante enxerga de forma positiva. Esses números indicam uma polarização na percepção sobre a administração atual, o que gera debates intensos sobre o desempenho e as políticas implementadas nos primeiros meses do mandato.

Além disso, a pesquisa destaca uma percepção negativa em relação à direção que o país está tomando. A maioria dos brasileiros acredita que o Brasil está no caminho errado, o que reflete uma insatisfação crescente. Esse descontentamento também está relacionado à economia. De acordo com o levantamento, muitos brasileiros sentem que a situação econômica piorou nos últimos 12 meses, o que contribui para a sensação de perda de poder de compra. Comparado a um ano atrás, a inflação e o aumento dos preços têm sido fatores decisivos para essa percepção, afetando diretamente o cotidiano da população.

Outro ponto que merece atenção é o mercado de trabalho. Embora as estatísticas oficiais mostrem uma redução na taxa de desemprego, a maioria das pessoas entrevistadas acredita que está mais difícil encontrar um emprego. Essa disparidade entre os números divulgados pelo governo e a percepção pública pode ser explicada pela qualidade das vagas oferecidas, muitas das quais podem não atender às expectativas salariais ou de estabilidade. No entanto, há uma ligeira esperança: desde julho, houve uma redução no número de brasileiros que acreditam que a economia vai melhorar, mas também cresceu o percentual daqueles que veem o cenário econômico com pessimismo.

Um dos dados mais impactantes da pesquisa diz respeito à comparação entre os governos de Lula e Jair Bolsonaro. A percepção de que o governo Lula é melhor que o de seu antecessor caiu significativamente. Em julho, 51% dos entrevistados tinham essa opinião, mas em setembro esse número despencou para 38%. Ao mesmo tempo, o percentual de brasileiros que consideram os dois governos iguais subiu de forma expressiva, de 8% para 22%. Já o número de pessoas que avaliam o governo Lula como pior que o de Bolsonaro oscilou levemente, passando de 36% para 33%, o que ainda assim representa um aumento comparado aos dados de fevereiro.

Esse cenário é especialmente relevante considerando o ambiente político e midiático que marcou o governo Bolsonaro, constantemente criticado pela imprensa e enfrentando uma pandemia. Para muitos analistas, era difícil imaginar um governo sendo visto de forma tão negativa quanto o anterior. Entretanto, o levantamento mostra que 55% dos brasileiros acham que o governo Lula é igual ou pior que o de Bolsonaro, o que reflete um desencanto generalizado. Esse dado torna-se ainda mais relevante considerando que Lula não enfrentou uma pandemia global como seu antecessor, o que torna o julgamento da população sobre a sua gestão mais focado em resultados econômicos e sociais.

Outro dado interessante da pesquisa Quaest é o aumento na preferência por meios tradicionais de informação, como televisão, portais e sites de notícias, em detrimento das redes sociais. Isso ocorre num contexto em que o Twitter passou por medidas de censura, o que pode ter influenciado a mudança de comportamento na busca por informações políticas. Enquanto isso, o número de brasileiros que se atualizam sobre política por redes sociais caiu consideravelmente, o que sugere uma desilusão com a qualidade das discussões e notícias disseminadas nesses espaços digitais.

Diante desse cenário de polarização, descontentamento e incertezas, fica a pergunta: como recivilizar o Brasil? A sociedade brasileira parece estar em busca de respostas e soluções para os desafios econômicos, políticos e sociais que enfrenta, mas o caminho para alcançar um consenso sobre o futuro do país parece cada vez mais distante. Resta à população, à mídia e às instituições públicas a responsabilidade de construir um diálogo mais construtivo, buscando superar as divisões e promover o bem-estar coletivo.