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Chega triste notícia sobre Bolsonaro, ele acaba de ficar sabendo q… Ver mais

Um esquema clandestino de espionagem operando sob as sombras do poder. Autoridades vigiadas em silêncio. Jornais e jornalistas, alvos de olhos invisíveis. E, no centro de tudo, segundo a Polícia Federal, o ex-presidente da República.

Em um relatório devastador encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal expõe o funcionamento de uma suposta organização criminosa que teria se infiltrado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), transformando-a em um instrumento de vigilância ilegal com fins políticos. E quem estaria no topo dessa estrutura, de acordo com a investigação? Jair Bolsonaro.

A bomba veio a público nesta terça-feira (18), quando a PF confirmou o indiciamento de 36 pessoas envolvidas no caso, mas com uma ausência notável: o nome do ex-presidente não consta na lista. Uma omissão que, à primeira vista, parece contraditória — e que levanta suspeitas. Mas há uma explicação técnica.

Segundo o delegado Daniel Brasil, responsável pelo inquérito da “Abin Paralela”, Bolsonaro já responde criminalmente por fatos conexos no processo sobre a tentativa de golpe de Estado, que também trata do uso indevido da agência. A Polícia entende que o ex-presidente já está formalmente indiciado — e não há necessidade, por ora, de uma nova inclusão.

Mesmo assim, o relatório não deixa dúvidas sobre seu papel. O texto afirma que Bolsonaro é “criminalmente responsável” pelo funcionamento do esquema de espionagem, operado durante sua gestão, com o uso de ferramentas da Abin para monitorar deslocamentos, ações e contatos de autoridades públicas, jornalistas e adversários políticos.

Uma rede de espiões em pleno funcionamento. E a mando de quem?

As investigações revelam uma engrenagem silenciosa, operando com tecnologia de ponta e amparo institucional, capaz de rastrear alvos em tempo real, sem autorização judicial. Um Estado dentro do Estado, a serviço de um projeto pessoal de poder. Para os investigadores, trata-se de um braço de uma estrutura maior: um plano articulado para corroer a democracia e deslegitimar as instituições.

O nome de Carlos Bolsonaro, vereador e filho do ex-presidente, também aparece entre os supostos articuladores do esquema. Segundo fontes ligadas ao caso, ele teria participado da coordenação do núcleo de informação e comunicação que recebia relatórios clandestinos e orientava estratégias digitais com base nos dados obtidos.

O que realmente estava em jogo?

Para a PF, a espionagem ilegal não era um ato isolado — fazia parte de uma estratégia mais ampla, voltada à desestabilização do Estado de Direito. O uso da Abin, nesse contexto, teria sido mais do que um desvio institucional: foi uma tentativa deliberada de controlar o fluxo de informações, neutralizar opositores e manipular a narrativa pública.

E é aqui que o relatório adquire tons ainda mais sombrios. A Polícia Federal afirma que Jair Bolsonaro seria o “principal destinatário e beneficiário” das informações coletadas pela rede ilegal. Em outras palavras, ele não apenas teria conhecimento do funcionamento da estrutura — ele teria sido o centro dela.

O que vem agora?

Apesar de não ter sido incluído entre os novos indiciados, Bolsonaro permanece no centro da tempestade. A PF aguarda agora um posicionamento da Procuradoria-Geral da República e do STF para decidir se é juridicamente possível enquadrá-lo formalmente também neste inquérito — o da Abin — como líder da organização criminosa. A decisão poderá influenciar diretamente os rumos das ações penais em curso e provocar novos desdobramentos no cenário político.

Enquanto isso, o ex-presidente já figura como réu na ação penal que trata da tentativa de golpe de Estado, uma das mais delicadas e simbólicas da história recente do país.

A cada camada revelada, mais se desenha o contorno de um sistema que atuava nas sombras. E, se as acusações se confirmarem, o país terá testemunhado o uso do aparato estatal mais sensível — o de inteligência — para fins privados e políticos.

O silêncio da espionagem pode ter sido rompido. Mas as respostas que ele esconde ainda estão por vir.