Política

Brasil inteiro chorando: Bolsonaro acaba de ser condenado após… Ler mais

A cena política brasileira foi sacudida nesta quinta-feira (11) com um desfecho histórico no Supremo Tribunal Federal (STF). A ministra Cármen Lúcia, integrante da Primeira Turma da Corte, proferiu voto favorável à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus por participação em organização criminosa. O processo envolve acusações de que o grupo teria atuado na elaboração de um plano para tentar reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com sua manifestação, formou-se maioria no colegiado, selando o destino jurídico dos acusados.

O placar agora está em 3 votos a 1, faltando apenas a manifestação do ministro Cristiano Zanin. Ainda que Zanin decida pela absolvição, o resultado já está consolidado: Bolsonaro e seus principais aliados do governo anterior foram enquadrados no crime de organização criminosa. Trata-se de uma decisão com repercussões que vão muito além do ambiente jurídico, pois projeta impactos diretos sobre o cenário político nacional e a disputa narrativa em torno do período eleitoral de 2022.

Entre os réus condenados estão figuras de destaque do primeiro escalão do governo Bolsonaro. A lista inclui Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); o almirante de esquadra Almir Garnier, que comandou a Marinha durante o governo; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; o general Augusto Heleno, que esteve à frente do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e braço-direito de Bolsonaro; o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, além de candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022.

O voto de Cármen Lúcia foi decisivo não apenas pelo peso jurídico, mas também pelo simbolismo. A ministra destacou que as provas reunidas nos autos indicam a existência de uma estrutura organizada, composta por militares e políticos, que teria se articulado para questionar a lisura das urnas eletrônicas e, em última instância, comprometer o processo democrático. Em sua manifestação, reforçou que “não há democracia sem respeito ao resultado das urnas” e que o país não pode tolerar a tentativa de subversão da ordem constitucional.

Para analistas, a condenação representa um divisor de águas. De um lado, reforça o papel do Supremo como guardião da Constituição e do Estado Democrático de Direito. De outro, deve alimentar a polarização política já acentuada no país, especialmente entre apoiadores e críticos de Bolsonaro. A expectativa é que os próximos dias sejam marcados por intensos debates no Congresso, nas redes sociais e nas ruas, à medida que cada lado tentará construir sua narrativa sobre a decisão.

O impacto eleitoral também é inevitável. Bolsonaro, que já enfrenta uma série de investigações na Justiça Eleitoral e no STF, vê seu horizonte político cada vez mais limitado. A condenação pode comprometer eventuais tentativas de candidatura futura, além de desgastar aliados que ainda aspiram a cargos eletivos. Para o campo governista, a decisão será utilizada como prova de que as instituições resistiram às pressões golpistas e mantiveram a estabilidade democrática. Já a oposição deve reforçar o discurso de perseguição política, buscando mobilizar sua base mais fiel.

Independentemente da leitura política, o julgamento da Primeira Turma do STF sinaliza uma mensagem clara: tentativas de deslegitimar o processo democrático não ficarão sem resposta. O processo ainda terá desdobramentos, mas o recado da Corte é inequívoco. No momento em que o país se prepara para novas eleições municipais em 2024, a decisão funciona como um alerta: preservar as regras do jogo democrático é condição indispensável para a convivência institucional e para a confiança da sociedade no sistema político