Te cuida Moraes: Após condenar Bolsonaro, Alexandre recebe a pior notícia, ele p… Ler mais

A mais recente declaração do deputado republicano norte-americano Rich McCormick trouxe combustível novo para a já delicada relação entre a política brasileira e a opinião internacional sobre a democracia no país. Em postagem feita no X (antigo Twitter), o congressista criticou duramente a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. Para McCormick, a sentença foi fruto de uma perseguição política e os ministros da Suprema Corte brasileira deveriam ser “punidos severamente”. A fala gerou repercussão imediata no Brasil, levantando debates sobre soberania nacional, polarização política e até mesmo o papel de parlamentares estrangeiros em questões internas de outros países.
Segundo McCormick, o julgamento foi conduzido por um “painel fraudado de cinco juízes”, entre eles Alexandre de Moraes, a quem classificou como “violador de direitos humanos sancionado e conhecido odiador de Bolsonaro”. O congressista também apontou que outros integrantes do colegiado teriam ligações históricas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sugerindo que o processo estaria contaminado por interesses políticos. A crítica não parou por aí: em sua publicação, o deputado afirmou que a condenação ocorreu sem qualquer evidência concreta e que a decisão impediu Bolsonaro de disputar as eleições presidenciais de 2026.
A retórica de McCormick ressoou principalmente entre apoiadores do ex-presidente brasileiro, que desde 2022 insistem em denunciar supostas fraudes no sistema eleitoral eletrônico — acusações nunca comprovadas pelas instâncias judiciais. Para esse grupo, a fala do congressista dos EUA reforça a tese de que a condenação não passa de um movimento para retirar Bolsonaro do cenário político. Por outro lado, especialistas em direito constitucional e relações internacionais avaliam que as declarações representam uma afronta direta à soberania do Brasil e configuram ingerência externa em decisões de um poder legitimamente instituído.
Em tom ainda mais ácido, McCormick classificou os ministros do STF como “bandidos criminosos” que “não merecem ser chamados de seres humanos decentes ou de ministros”. O parlamentar destacou apenas o voto de Luiz Fux, que teria, segundo ele, reconhecido a acusação como uma “guerra política” contra o ex-presidente. A escolha das palavras não passou despercebida. Juristas brasileiros apontaram que esse tipo de declaração contribui para tensionar ainda mais um ambiente político já marcado pela radicalização e pelo discurso de ódio, além de fragilizar a percepção internacional sobre a estabilidade das instituições democráticas brasileiras.
Do ponto de vista diplomático, a fala do congressista pode se transformar em mais um ponto de atrito na complexa relação entre Brasil e Estados Unidos. Embora não represente a posição oficial do governo norte-americano, a manifestação pública de um membro do Congresso dos EUA tem peso simbólico e costuma reverberar nas discussões políticas internas. Fontes próximas ao Itamaraty avaliam que, caso as declarações ganhem adesão de outros parlamentares republicanos, a pressão internacional sobre o Brasil pode aumentar, colocando o país no centro de uma disputa narrativa que transcende fronteiras.
Analistas também observam que a declaração de McCormick ocorre em um momento estratégico. Os republicanos, partido do ex-presidente Donald Trump, têm afinidades ideológicas com Bolsonaro e seu grupo político, especialmente no discurso conservador e na crítica a instituições que consideram “aparelhadas”. Ao atacar diretamente o STF, o congressista se alinha ao discurso bolsonarista e pode ganhar visibilidade junto ao eleitorado norte-americano mais conservador, que acompanha com atenção movimentos políticos semelhantes ao redor do mundo. Para os estudiosos, não se trata apenas de solidariedade internacional, mas também de cálculo político interno nos Estados Unidos.
No Brasil, a repercussão promete ser intensa. Parlamentares da base governista devem reagir em defesa do STF, reforçando a legitimidade da condenação e rebatendo as acusações de perseguição política. Já os aliados de Bolsonaro provavelmente usarão a fala de McCormick como combustível para protestos e manifestações, além de ampliar a pressão contra os ministros da Corte. Em meio a esse embate, cresce a expectativa sobre como a sociedade brasileira reagirá diante de uma situação que mistura política doméstica, relações internacionais e o futuro da democracia no país. Uma coisa é certa: as palavras de McCormick não serão esquecidas tão cedo e tendem a ecoar por muito tempo no debate público.
