‘Papai parou de respirar’ Flávio Bolsonaro deixa o Brasil entristecido ao dizer q… Ler mais
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a preocupar aliados e apoiadores nesta terça-feira (16), após ser internado no hospital DF Star, em Brasília, em decorrência de uma crise de soluços seguida de um episódio mais grave de vômito e dificuldade respiratória. Segundo relatos do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-mandatário, o pai chegou a ficar quase dez segundos sem respirar, o que gerou apreensão em familiares e em sua equipe médica. O parlamentar classificou a situação como “mais drástica” em comparação a outras complicações já vividas pelo ex-presidente nos últimos anos.
De acordo com Flávio, a repetição intensa dos soluços teria desencadeado um travamento do diafragma, resultando no que ele descreveu como um “vômito a jato”, acompanhado de queda de pressão arterial, tontura e grande esforço respiratório. “Foi um momento de bastante susto, porque ele não conseguia puxar o ar. O jeito que encontrou de respirar foi expelindo com muita força. Houve tontura, pressão muito baixa e, por alguns instantes, temeu-se por algo pior”, disse o senador, em entrevista coletiva em frente ao hospital.
O cardiologista Leandro Echenique, que acompanha Bolsonaro desde 2018, informou que o ex-presidente deverá permanecer internado pelo menos até esta quarta-feira (17) para a realização de novos exames e observação clínica. A equipe médica optou por mantê-lo sob cuidados intensivos devido ao histórico de fragilidade em seu quadro de saúde, agravado por internações recorrentes desde o atentado a faca em Juiz de Fora, durante a campanha eleitoral de 2018. Na ocasião, Bolsonaro sofreu uma lesão grave no abdômen, que resultou em diversas cirurgias subsequentes e deixou sequelas de longo prazo.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também se manifestou nas redes sociais para tranquilizar apoiadores. Em publicação nos stories do Instagram, ela confirmou que o marido está recebendo medicação intravenosa, procedimento no qual o medicamento é aplicado diretamente na corrente sanguínea, garantindo efeito mais rápido. “Como já foi noticiado, Jair teve um mal-estar decorrente de uma crise de soluços e vômito. Ele fez alguns exames e, neste momento, está com medicação intravenosa”, escreveu Michelle, sem dar maiores detalhes sobre a previsão de alta.
A nova internação ocorre apenas dois dias após Bolsonaro deixar a prisão domiciliar para se submeter à retirada de lesões de pele, também em Brasília. O ex-presidente foi condenado recentemente pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão em um processo ainda em andamento, e cumpre pena em regime domiciliar. No último domingo (14), o próprio hospital DF Star havia divulgado um boletim médico apontando que Bolsonaro apresentava anemia por deficiência de ferro, além de uma imagem residual de pneumonia em tomografia de tórax, consequência de um quadro recente de broncoaspiração.
Os episódios de saúde envolvendo Bolsonaro se tornaram recorrentes desde 2018, quando sobreviveu ao atentado durante ato de campanha. Desde então, o político já passou por mais de cinco cirurgias e enfrentou diversas internações emergenciais, muitas delas relacionadas a obstruções intestinais, refluxo e complicações no sistema digestivo. Médicos que o acompanham avaliam que a fragilidade da região abdominal, somada a quadros frequentes de desidratação e problemas gastrointestinais, tornam o ex-presidente mais vulnerável a crises agudas como a registrada nesta semana.
O episódio mais recente reforça o clima de apreensão em torno da saúde do ex-chefe do Executivo, cuja rotina já vinha sendo marcada por compromissos limitados devido ao tratamento médico contínuo. A cada nova internação, a atenção da classe política e da opinião pública se volta para Brasília, dividida entre preocupações humanitárias e especulações sobre o futuro político de Bolsonaro, que ainda exerce forte influência dentro do PL e entre sua base de apoiadores. Resta agora acompanhar os próximos boletins do hospital DF Star para compreender a extensão real do quadro clínico e as consequências de mais esse episódio em uma trajetória marcada, nos últimos anos, pela instabilidade de sua saúde.
