Estado de alerta é ligado: Chega triste notícia sobre a saúde de Bolsonaro, ele t… Ler mais

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), manifestou preocupação com o estado de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante uma conversa com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Médico de formação, Caiado afirmou que a condição clínica de Bolsonaro é delicada e requer atenção constante, especialmente por conta das complicações abdominais resultantes da facada sofrida durante a campanha presidencial de 2018.
Segundo informações de bastidores, o encontro entre Caiado e Gilmar Mendes aconteceu de forma reservada, e o governador teria reforçado que a situação de Bolsonaro “não é política, mas médica”. O goiano argumentou que os efeitos da cirurgia intestinal deixaram sequelas que comprometem a digestão e o funcionamento do trato abdominal do ex-presidente, o que justificaria a manutenção da prisão domiciliar determinada pelo Supremo. A fala de Caiado também buscou desfazer rumores de que Bolsonaro estaria exagerando seu quadro de saúde para escapar da prisão comum.
Fontes próximas ao STF confirmam que o relato de Caiado teve impacto na avaliação de ministros sobre o futuro de Bolsonaro. A preocupação médica relatada pelo governador reforçou a posição de parte da Corte de que o ex-presidente deve continuar em regime domiciliar enquanto sua condição física não se estabiliza. Inicialmente, havia um plano interno para transferi-lo ao presídio da Papuda, em Brasília, mas essa possibilidade perdeu força diante das informações sobre o agravamento do quadro clínico.
O ex-presidente Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde setembro, após ser condenado a 27 anos de prisão por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado e ataques ao sistema eleitoral. A decisão final sobre seu regime prisional caberá ao ministro Alexandre de Moraes e aos demais integrantes da Primeira Turma do STF, que devem se reunir nas próximas semanas para deliberar. O caso reacendeu discussões sobre tratamento humanitário a detentos com problemas de saúde e abriu espaço para comparações com o caso de Fernando Collor de Mello, também ex-presidente, que cumpre pena em casa por motivos médicos semelhantes.
Ronaldo Caiado, que é médico ortopedista e ex-deputado federal, utilizou seu conhecimento técnico para argumentar que Bolsonaro enfrenta complicações recorrentes, como dores abdominais e dificuldades digestivas severas, em decorrência da facada recebida em Juiz de Fora (MG). O atentado, à época, atingiu órgãos vitais e exigiu múltiplas cirurgias. Segundo relatos, o ex-presidente precisaria de acompanhamento médico constante, além de cuidados alimentares específicos.
Ao mesmo tempo em que demonstrou preocupação com o estado de saúde de Bolsonaro, Caiado também tem interesses políticos evidentes. Filiado ao União Brasil, o governador de Goiás já lançou sua pré-candidatura à Presidência da República para 2026 e busca se consolidar como um nome viável do campo conservador. Sua aproximação com o ex-presidente é vista como uma tentativa de herdar parte do eleitorado bolsonarista, especialmente se Bolsonaro não puder disputar as próximas eleições. Nos bastidores, aliados afirmam que Caiado tenta equilibrar o discurso de lealdade pessoal ao ex-presidente com uma imagem de político moderado e gestor eficiente.
Enquanto isso, o ex-presidente ainda não definiu quem apoiará na corrida ao Palácio do Planalto. Mesmo sob restrição judicial, Bolsonaro continua sendo uma figura central no cenário político e mantém influência considerável sobre a direita brasileira. Caso a saúde do ex-mandatário se deteriore, o campo conservador pode enfrentar dificuldades para consolidar uma liderança única capaz de rivalizar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. A conversa entre Caiado e Gilmar Mendes, portanto, não apenas revela uma preocupação médica, mas também indica movimentações políticas estratégicas em torno de um dos temas mais sensíveis do momento: o futuro de Bolsonaro e de seu legado político.