Política

A casa caiu pra Pablo Marçal? Bolsonaro disse q… Ver mais

Na manhã deste sábado (5/10), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma declaração sobre o polêmico episódio envolvendo o falso laudo divulgado por Pablo Marçal (PRTB) contra Guilherme Boulos (PSol). O influenciador publicou um suposto documento médico, sugerindo que Boulos teria sido internado por uso de cocaína, gerando uma grande repercussão política e jurídica. Bolsonaro, ao ser questionado sobre o caso, afirmou que cabe a Marçal “provar que é verdadeiro” o conteúdo divulgado, evitando aprofundar-se na questão e reforçando seu apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), que concorre à reeleição em São Paulo.

A declaração foi dada enquanto Bolsonaro participava de uma caravana política no Rio de Janeiro ao lado do candidato a prefeito da cidade, Alexandre Ramagem (PL), e de seus filhos Carlos e Flávio Bolsonaro. O ex-presidente, que continua a ser uma figura central dentro de seu partido, tem demonstrado apoio a candidatos aliados em diversas capitais brasileiras, evitando se envolver diretamente nas polêmicas relacionadas aos embates entre seus adversários políticos.

O episódio que colocou Marçal e Boulos em confronto teve início na noite de sexta-feira (4/10), quando Pablo Marçal, que também é candidato à prefeitura de São Paulo, divulgou em suas redes sociais um receituário médico falso, acusando Boulos de ser usuário de cocaína. A repercussão foi imediata, com Boulos reagindo prontamente, repudiando as acusações e solicitando a prisão de Marçal, acusando-o de disseminar informações falsas com o intuito de prejudicar sua imagem na reta final da campanha eleitoral.

A Justiça Eleitoral foi acionada rapidamente para tratar do caso. O juiz Rodrigo Marzola Colombini, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, concedeu uma liminar na manhã deste sábado (5/10), determinando a exclusão imediata dos posts nas redes sociais de Marçal que continham o falso documento. As plataformas envolvidas — Instagram, TikTok e YouTube — receberam ordens para remover o conteúdo, impedindo sua disseminação e limitando os danos que essas informações poderiam causar à campanha de Boulos.

Na decisão, o juiz Rodrigo Colombini considerou que havia elementos suficientes para acreditar na falsidade do documento divulgado por Marçal. Ele destacou a proximidade entre o dono da clínica onde o laudo teria sido gerado e Pablo Marçal, além do fato de que o profissional que supostamente assinou o documento já está falecido. O magistrado também observou a escolha estratégica de divulgação do material, que ocorreu às vésperas de um momento decisivo da campanha eleitoral, evidenciando a tentativa de Marçal de influenciar o resultado da eleição de maneira ilícita.

Apesar de atender parcialmente o pedido de Boulos, o juiz não ordenou a remoção completa do perfil de Marçal das redes sociais, apenas a exclusão dos posts específicos que continham o laudo falso. Essa decisão equilibrou a necessidade de combater a desinformação com a preservação de um mínimo de liberdade de expressão nas plataformas digitais. No entanto, a questão ainda pode ser revisada, já que Boulos e seus advogados sinalizaram que continuarão a buscar ações legais mais duras contra Marçal, que, por sua vez, mantém sua candidatura, apesar das críticas e do desgaste público causado pela situação.

Este caso ilustra o crescente uso de táticas de desinformação nas campanhas eleitorais no Brasil, especialmente através das redes sociais. A divulgação de notícias falsas, como o suposto laudo médico, tem sido uma preocupação constante para candidatos, eleitores e a Justiça Eleitoral, que precisa agir rapidamente para evitar que mentiras influenciem o resultado das eleições. Além disso, esse episódio reforça o impacto que as fake news podem ter no debate político e na imagem pública dos candidatos, demonstrando a importância da verificação de informações antes de compartilhá-las.

A reação de Bolsonaro ao caso mostra sua estratégia de manter distância de polêmicas entre aliados de seu círculo político e rivais de esquerda, enquanto ele foca em consolidar seu apoio a candidatos como Ricardo Nunes e Alexandre Ramagem. O ex-presidente, que segue influente no cenário político brasileiro, tem adotado uma postura calculada, ao mesmo tempo em que evita confrontos diretos que possam desviar a atenção de sua agenda eleitoral nas principais cidades do país.