BOMBA: Flávio Bolsonaro faz duras acusações sobre Michelle, e choca ao dizer q… Ler mais

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reacendeu o debate interno no grupo político bolsonarista ao responder, nesta segunda-feira (1º/12), às declarações da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro sobre a recente aproximação do movimento conservador com Ciro Gomes (PSDB) no Ceará. A fala de Michelle, que criticou abertamente a estratégia construída por aliados no estado, gerou repercussão imediata e abriu espaço para novas discussões dentro da própria base do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Flávio, o tom usado por sua madrasta ultrapassou os limites esperados em uma articulação política que, segundo ele, vinha sendo conduzida com aval do próprio Bolsonaro.
De acordo com o senador, Michelle desconsiderou uma estratégia já autorizada pelo ex-presidente e destinada a ampliar a presença do grupo no cenário cearense. Ele destacou, em entrevista à coluna, que as críticas feitas por ela ao deputado André Fernandes, responsável por conduzir as articulações locais, foram recebidas com surpresa e desconforto. Flávio classificou a postura como “autoritária e constrangedora”, ressaltando que Fernandes é considerado uma das principais lideranças do bolsonarismo no estado e que mereceria, segundo ele, respeito institucional durante o processo de negociação política.
O ponto central da divergência é a possível composição com setores aliados a Ciro Gomes, que, apesar de tradicionalmente adversário do bolsonarismo no plano nacional, mantém uma posição distinta no cenário local. Para Flávio Bolsonaro, a política no Ceará possui características próprias, o que exige uma leitura pragmática para fortalecer o grupo na disputa presidencial de 2026. A entrada em cena de Ciro, atualmente no PSDB e com relevância consolidada na região, abre espaço — na visão do senador — para um realinhamento estratégico capaz de reequilibrar forças e limitar a influência do presidente Lula no estado.
O senador explicou que, no Ceará, três polos políticos têm presença consolidada: Bolsonaro, Lula e Ciro Gomes. Essa divisão, segundo ele, cria um ambiente em que alianças táticas podem alterar o rumo das disputas eleitorais futuras. Flávio argumenta que, como Ciro não deve compor um palanque favorável a Lula, existe, então, uma oportunidade de reduzir o domínio do atual presidente no estado. A estratégia seria, portanto, buscar interlocução com lideranças que não estejam inclinadas a reforçar a base do PT na região, o que poderia favorecer Bolsonaro nacionalmente.
A reação de Michelle, no entanto, trouxe uma nova camada de tensão ao debate. A ex-primeira-dama tem se destacado como voz influente dentro do movimento conservador, especialmente em pautas de mobilização popular e no diálogo com a ala feminina do eleitorado. Suas manifestações costumam repercutir de forma instantânea entre apoiadores e lideranças regionais. Por isso, suas críticas foram vistas como um recado claro de que parte do grupo não aceita a aproximação com Ciro, considerado há anos um adversário político direto da família Bolsonaro.
Nos bastidores, aliados avaliam que o episódio expõe uma divergência relevante sobre os rumos do bolsonarismo nos estados, especialmente diante da reconfiguração do mapa político para os próximos anos. Enquanto Flávio defende uma postura flexível para ampliar alianças e diminuir a influência adversária, Michelle sinaliza preferência por manter distância de atores que, no passado, fizeram oposição firme a Bolsonaro. A diferença de visão, destacam analistas, mostra que o campo conservador passa por um momento de ajustes e precisa alinhar sua estratégia nacional com as particularidades regionais.
Ainda não há sinais claros de como o impasse será resolvido, mas interlocutores afirmam que o ex-presidente Jair Bolsonaro deve intervir para harmonizar o discurso interno e evitar desgaste público prolongado. A movimentação no Ceará é considerada estratégica e pode influenciar outras articulações regionais. Por ora, o episódio revela que, embora o grupo mantenha coesão em nível nacional, diferenças internas podem surgir quando se trata de composições locais. A expectativa é que, nos próximos dias, haja conversas para reduzir tensões, esclarecer decisões e definir o caminho que o bolsonarismo seguirá no estado.





