BOMBA: Olha só o que Bolsonaro disse sobre Alexandre de Moraes, falou q… Ver mais
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou nesta quarta-feira (15) que as mensagens trocadas entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e seus assessores, publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo, indicam que o ministro tem um problema de cunho “pessoal” com ele. A declaração foi feita durante uma entrevista à Rádio 96 FM, de Natal, e repercutiu no cenário político, suscitando debates sobre a relação entre o ex-presidente e o Judiciário.
Durante a entrevista, Bolsonaro evitou entrar em detalhes sobre os motivos que o levam a acreditar nessa suposta perseguição pessoal. Ele ressaltou a importância de saber como usar a informação que se tem, sugerindo que, no contexto em questão, ele seria o “elo mais fraco”. Ao afirmar “não sou nada”, Bolsonaro adotou um tom de resignação, mas deixou claro que, em sua visão, a atuação de Moraes tem sido direcionada especificamente contra ele. Essa perspectiva evidencia a complexidade das relações entre os poderes Executivo e Judiciário no Brasil.
Bolsonaro também indicou que pretende aguardar as próximas reportagens da Folha de S.Paulo, que, segundo ele, poderiam trazer novidades sobre o caso. O ex-presidente comentou que o volume de material obtido pelo jornal é extenso e que novas informações poderiam surgir em breve. Ele destacou que, em sua opinião, a situação atual demonstra de forma evidente que há algo pessoal entre ele e Alexandre de Moraes. “Só não enxerga quem não quer”, afirmou, reforçando sua percepção de que está sendo alvo de uma perseguição particular.
As mensagens reveladas pelo jornal sugerem que Moraes ordenou a produção de relatórios pela Justiça Eleitoral para fundamentar decisões relacionadas ao inquérito das fake news no STF. De acordo com as mensagens, em diversas ocasiões, o próprio Moraes teria escolhido os alvos das investigações, incluindo o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente. Essa informação trouxe à tona discussões sobre a condução dos processos e a imparcialidade das investigações.
Embora não haja, segundo especialistas, comprovação de irregularidades nas ações de Moraes, o caso pode abrir espaço para que os investigados questionem a validade das provas obtidas. A possibilidade de anulação das provas obtidas a partir desses relatórios é um ponto que poderá ser explorado pelas defesas dos investigados. A controvérsia em torno dessas ações levanta questões sobre os limites da atuação do Judiciário e a independência das investigações conduzidas por ministros do STF.
Em resposta às revelações, o gabinete do ministro Alexandre de Moraes emitiu uma nota oficial afirmando que todos os procedimentos realizados foram feitos de maneira regular e dentro dos parâmetros oficiais. A nota também ressaltou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) possui poder de polícia para produzir relatórios sobre atividades ilícitas relacionadas às eleições, defendendo a legitimidade das ações do ministro. A defesa pública das ações de Moraes reflete a tensão entre o ministro e aqueles que o criticam, como Bolsonaro, e mostra a importância de garantir a transparência e a legalidade nas investigações judiciais.
Esse episódio evidencia, mais uma vez, o conturbado relacionamento entre Jair Bolsonaro e o sistema judiciário brasileiro, especialmente com figuras centrais como Alexandre de Moraes. A alegação de perseguição pessoal feita por Bolsonaro adiciona um novo capítulo ao histórico de conflitos entre o ex-presidente e o STF, sugerindo que a polarização entre os poderes pode continuar a ser um tema dominante no cenário político brasileiro. À medida que novas informações surgem, o desenrolar desse embate pode ter implicações significativas para a política nacional.