Política

Ciro Nogueira solta a bomba sobre Bolsonaro e deixa o Brasil cheio de esp… Ler mais

O clima político em Brasília voltou a esquentar após a visita do senador e presidente do Progressistas (PP), Ciro Nogueira, ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta quinta-feira (9 de outubro de 2025). O encontro, realizado na residência de Bolsonaro, onde ele cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, movimentou os bastidores da direita e acendeu o debate sobre as estratégias para as eleições presidenciais de 2026. À saída, Ciro falou com jornalistas e fez uma previsão ousada: “A direita vencerá as próximas eleições, mesmo que Lula lidere as pesquisas agora.”

Com um tom confiante, o senador comparou o atual cenário político a uma partida de futebol. “Eu gosto muito de futebol. O Lula é tratado como o time favorito, mas isso acontece porque só tem um time em campo. Quando o outro time — a direita — entrar em jogo, com quadros muito melhores do que os do PT, o resultado será diferente”, afirmou. A metáfora esportiva, típica do estilo direto de Ciro Nogueira, repercutiu fortemente nas redes sociais e entre aliados do ex-presidente Bolsonaro, que veem na fala uma tentativa de motivar a base conservadora.

Nos bastidores, a reunião teve tom estratégico. Ciro e Bolsonaro discutiram possíveis alianças para consolidar uma candidatura única da direita em 2026. O objetivo seria evitar a fragmentação do campo conservador, que, segundo analistas, foi um dos fatores que enfraqueceu a oposição nas últimas eleições municipais. O nome que encabeçará esse projeto, no entanto, ainda é mantido em sigilo. Entre as possibilidades, circulam nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos), Michelle Bolsonaro (PL) e o próprio Ciro Nogueira, que tem ampliado sua articulação política nos bastidores.

A visita também simboliza uma tentativa de reaproximação entre as principais lideranças da direita, que vinham divergindo sobre estratégias e discursos desde a prisão de Bolsonaro. O senador piauiense, que já ocupou a Casa Civil durante o governo Bolsonaro, foi um dos principais articuladores políticos do ex-presidente, mas havia se mantido discreto nos últimos meses. A volta do diálogo direto sinaliza que o grupo tenta reorganizar suas forças e retomar o protagonismo perdido desde 2023, quando Lula consolidou sua base no Congresso.

Para aliados próximos de Bolsonaro, a fala de Ciro reforça a tese de que Lula atingiu seu pico de popularidade e que o desgaste natural do governo abrirá espaço para a oposição crescer. Pesquisas internas do PP e do PL apontam que, apesar da liderança de Lula nas intenções de voto, a margem de vantagem diminuiu em relação ao início do ano. “O sentimento de mudança está voltando. A direita aprendeu com os erros e vai chegar mais unida”, disse um dirigente do PP que participou do encontro, sob condição de anonimato.

Enquanto isso, no Palácio do Planalto, a movimentação da oposição é acompanhada com cautela. Integrantes do governo avaliam que o discurso de Ciro tem forte apelo entre o eleitorado conservador e pode servir de catalisador para uma reorganização política da direita. No entanto, petistas próximos a Lula acreditam que a fragmentação do campo adversário ainda é grande e que nenhuma liderança, até o momento, conseguiu se consolidar como o principal nome para enfrentar o presidente em 2026. “O desafio deles é encontrar alguém com popularidade real. Bolsonaro está inelegível, e os demais ainda não empolgam”, avaliou um aliado de Lula.

Em meio a esse embate de narrativas, o encontro entre Ciro Nogueira e Jair Bolsonaro marca mais um capítulo da corrida antecipada pelo poder. A direita aposta em uma recuperação gradual de sua imagem, enquanto o governo tenta consolidar conquistas econômicas e sociais para manter a dianteira. O discurso confiante de Ciro, contudo, mostra que o jogo político ainda está longe de ser decidido. E, como em qualquer partida equilibrada, o resultado final dependerá não apenas de quem tem o melhor time — mas de quem souber jogar com estratégia, resistência e tempo de bola.