Política

E agora Lula? Bolsonaro acaba de receber a melhor notícia, ele vai… Ler mais

Uma nova pesquisa divulgada nesta terça-feira (7) pelo Instituto Gerp acendeu o alerta no Palácio do Planalto. O levantamento revela que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta forte resistência do eleitorado e teria dificuldades em eventuais disputas de segundo turno nas eleições de 2026. Segundo os dados, Lula perderia para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O resultado mostra um cenário de desgaste político que pode influenciar diretamente os rumos da sucessão presidencial.

De acordo com o instituto, Bolsonaro lidera o confronto direto com 48% das intenções de voto, contra 36% do petista. Michelle Bolsonaro aparece logo atrás, com 46%, enquanto Lula marca 35%. Já Tarcísio de Freitas atinge 45%, também superando o atual presidente, que repete os 36%. As entrevistas foram realizadas com dois mil eleitores de todas as regiões do país, com margem de erro de 2,24 pontos percentuais. O estudo considerou tanto o voto espontâneo quanto o estimulado, além de simulações de segundo turno com diferentes candidatos.

Apesar de Lula ainda aparecer à frente na intenção de voto espontânea — com 24% contra 23% de Bolsonaro —, a diferença está dentro da margem de erro, o que indica empate técnico e sinaliza que o cenário de equilíbrio é apenas aparente. Em confrontos com nomes fora do núcleo bolsonarista, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Ciro Gomes (PDT) e Ratinho Jr. (PSD), o presidente também não demonstra vantagem significativa. Apenas contra Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União Brasil) Lula mantém uma liderança mais clara, o que evidencia o enfraquecimento de seu poder de mobilização em um ambiente político cada vez mais fragmentado.

Especialistas políticos ouvidos pelo Gerp avaliam que o desempenho de Lula reflete o crescente desgaste do governo federal. Problemas como inflação persistente, desaceleração do crescimento econômico e crises de governabilidade têm afetado diretamente a percepção popular sobre a gestão petista. Além disso, analistas apontam que o discurso moral e religioso de Bolsonaro e Michelle, somado à imagem de gestor eficiente de Tarcísio, tem encontrado terreno fértil entre eleitores conservadores e indecisos — grupos fundamentais para definir o resultado de uma eleição presidencial.

Outro ponto ressaltado pelo levantamento é o alto grau de polarização do eleitorado. Lula mantém força em segmentos tradicionais da esquerda e em setores urbanos do Nordeste e do Sudeste, mas enfrenta resistência crescente entre os jovens, empreendedores e o eleitorado evangélico — bases hoje dominadas pela direita. O estudo destaca ainda que a fidelidade do eleitor bolsonarista permanece alta, enquanto parte do eleitorado lulista demonstra sinais de fadiga e frustração com os rumos do governo.

Para analistas políticos, o desafio de Lula é ampliar o diálogo com o centro e recompor alianças com partidos e lideranças que garantiram sua vitória em 2022. Sem uma estratégia de expansão da base e uma narrativa capaz de reconquistar o eleitorado moderado, o presidente corre o risco de repetir o cenário de isolamento político enfrentado por outros governos em fim de mandato. “A percepção de estagnação e a falta de entusiasmo entre antigos apoiadores tornam a tarefa de Lula ainda mais complexa”, avalia um cientista político ouvido pela reportagem.

A pesquisa do Instituto Gerp reforça a consolidação da direita como força eleitoral dominante no país, ao menos neste momento. Candidatos ligados ao bolsonarismo lideram praticamente todos os cenários de segundo turno, enquanto Lula se mantém competitivo apenas contra adversários de menor expressão nacional. Com o termômetro político aquecendo a menos de dois anos das eleições, o levantamento projeta um 2026 marcado por forte disputa ideológica, reedição da polarização e incertezas sobre o futuro do governo e da própria esquerda brasileira.