GRANDE DIA: Chega a tão esperada notícia sobre Bolsonaro, ele est… Ver mais

Foi com um número aparentemente pequeno — 19,5% — que um suspense político voltou a sacudir o cenário brasileiro. A nova sondagem do Instituto Paraná Pesquisas, divulgada nesta terça-feira (24), trouxe mais do que porcentagens: revelou a fragilidade da base de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diante de nomes ligados ao bolsonarismo — inclusive do próprio Jair Bolsonaro, mesmo estando legalmente fora da disputa até 2030.
O que essa pesquisa realmente diz? E o que ela esconde?
Os dados não são apenas frios. São inquietantes. De acordo com o levantamento, se as eleições fossem hoje, Lula perderia em todos os cenários de segundo turno possíveis, com exceção de um: um confronto contra Eduardo Bolsonaro (PL), deputado federal e filho do ex-presidente.
Mas o que mais chamou atenção foi outro detalhe: mesmo inelegível, Jair Bolsonaro aparece tecnicamente empatado com Lula em um cenário espontâneo de primeiro turno — 19,5% contra 18,8%. A diferença pode parecer mínima. Mas o simbolismo é estrondoso: o ex-capitão ainda dita o ritmo da corrida presidencial — mesmo fora dela.
Os fantasmas do futuro já rondam 2026
Em um país acostumado a reviravoltas eleitorais e batalhas políticas intensas, a pesquisa sugere um embate que pode não esperar até o último momento. Ela levanta uma dúvida incômoda para o Palácio do Planalto: será que Lula ainda tem fôlego para vencer em 2026?
Os possíveis rivais têm nomes familiares, mas com novas configurações. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, cada vez mais ativa nos bastidores do PL, aparece como uma adversária potente. No segundo turno, venceria Lula com 44,4% dos votos, contra 39,7%. Um cenário impensável há dois anos, hoje ganha contornos reais — e preocupantes para a base petista.
Mais um nome de peso entra na disputa: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Cotado como o “plano B” da direita caso Michelle ou Bolsonaro não avancem, Tarcísio também derrotaria Lula, com 43,6% contra 39,5%. A diferença, embora apertada, reforça um padrão: Lula aparece em desvantagem contra todos os principais nomes ligados ao ex-presidente.
Eduardo Bolsonaro: a única exceção
Há, no entanto, um único cenário de vitória para Lula — e ele não envolve Michelle, nem Tarcísio, nem o próprio Bolsonaro. Em uma hipotética disputa contra Eduardo Bolsonaro, o atual presidente venceria por uma margem estreita: 41,6% contra 39,1%.
A pergunta inevitável: seria Eduardo um adversário realista em 2026 ou apenas uma peça de reposição descartável no tabuleiro bolsonarista?
O impacto da inelegibilidade de Bolsonaro
A pesquisa se torna ainda mais intrigante ao lembrar que Jair Bolsonaro está inelegível até 2030. Sua condenação pelo TSE por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ainda o mantém fora da disputa direta. Mas, como mostram os números, não fora da influência.
Em outras palavras: Bolsonaro ainda é, hoje, o maior cabo eleitoral do Brasil. Seus aliados mais próximos — Michelle, Tarcísio e até Eduardo — surfam no capital político deixado por ele, e isso pode ser o bastante para reconduzir o bolsonarismo ao Planalto.
Lula em alerta: o termômetro de uma base em desgaste
O levantamento também reforça uma percepção crescente nos bastidores da política: Lula perde popularidade e apoio até mesmo entre eleitores tradicionalmente fiéis. A sensação de estagnação econômica, os desafios da governabilidade e os ruídos constantes no Congresso Nacional podem estar cobrando seu preço.
Se a eleição fosse hoje, como propôs a pesquisa, o atual presidente teria dificuldades reais para se reeleger — e essa percepção, se cristalizada, pode antecipar um novo realinhamento político no Brasil.
Conclusão: uma eleição que já começou, mesmo sem candidatos oficiais
A corrida presidencial de 2026 está, oficialmente, longe de começar. Mas os dados desta sondagem mostram que, na prática, a disputa já está em curso. E ela não será entre dois nomes. Será entre narrativas.
O suspense continua: quem vai protagonizar a próxima virada? O herdeiro direto de Bolsonaro? Sua esposa? Um novo nome da direita? Ou o próprio Lula, em mais uma tentativa de reinvenção?
A única certeza por enquanto é esta: ninguém está garantido. Nem mesmo quem hoje está no poder.
