Michelle deixa o Brasil entristecido ao falar de Bolsonaro, ele esta totalmente… Ler mais

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro voltou a se manifestar publicamente em meio ao clima de tensão que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em uma publicação nas redes sociais, ela compartilhou uma mensagem de fé acompanhada de um louvor evangélico, logo após os advogados do marido apresentarem sua tese de defesa no julgamento que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). A escolha das palavras, especialmente a expressão “Abatidos, mas não destruídos”, ganhou forte repercussão, sendo interpretada como um recado de resiliência diante das acusações que cercam o ex-chefe do Executivo.
O julgamento em questão analisa a suposta participação de Bolsonaro em um plano de golpe de Estado. A defesa, apresentada na quarta-feira (3), buscou afastar qualquer relação entre o ex-presidente e movimentos que questionaram o resultado das eleições de 2022. O tema mobiliza não apenas o cenário político e jurídico, mas também a opinião pública, que segue atenta a cada detalhe. Nesse contexto, a manifestação de Michelle surge como um gesto simbólico, buscando reforçar a imagem de fé e perseverança da família em meio às adversidades.
Em sua postagem no Instagram, Michelle citou o versículo de Romanos 10:17: “A fé vem pelo ouvir, e o ouvir vem pela palavra de Deus”. O trecho bíblico foi acompanhado de um vídeo com louvor que destaca a ideia de resistência espiritual. Para seus seguidores, a publicação soou como uma mensagem de encorajamento não apenas ao marido, mas também à base de apoiadores que continuam mobilizados em torno da defesa de Bolsonaro. A ex-primeira-dama, que desde o fim do mandato ganhou projeção política própria, mantém forte conexão com o público evangélico, um dos pilares de sustentação da popularidade do ex-presidente.
O gesto de Michelle também pode ser interpretado como parte de uma estratégia comunicacional. Em momentos de instabilidade política, manifestações religiosas funcionam como uma forma de reforçar a narrativa de vitimização e resiliência. Analistas apontam que, ao se colocar como porta-voz da fé e da esperança, Michelle busca fortalecer seu papel de liderança dentro da base conservadora, enquanto Bolsonaro enfrenta desafios no campo jurídico. Essa combinação de discurso espiritual e posicionamento político não é inédita e já foi utilizada em outras ocasiões para mobilizar apoiadores em momentos de crise.
Do lado jurídico, a defesa de Bolsonaro argumenta que não há provas concretas que o liguem a um suposto plano de golpe. Os advogados ressaltaram que o ex-presidente se manteve dentro dos limites institucionais e que manifestações de apoiadores não podem ser confundidas com uma ação direta de sua parte. O julgamento, no entanto, continua sendo um divisor de águas para o futuro político do ex-chefe do Executivo, podendo impactar diretamente sua elegibilidade e seu espaço de influência. Nesse cenário, qualquer manifestação pública de figuras próximas, como Michelle, ganha peso adicional.
Especialistas em comunicação política destacam que o simbolismo religioso em postagens como a da ex-primeira-dama pode desempenhar um papel crucial na manutenção da coesão de sua base. Ao recorrer a versículos bíblicos e mensagens de esperança, Michelle fala diretamente ao imaginário coletivo de milhões de brasileiros que veem na fé uma fonte de resistência diante das adversidades. Assim, sua mensagem ultrapassa o campo pessoal e se torna um instrumento de mobilização social, alimentando tanto a narrativa da família Bolsonaro quanto o engajamento digital de seus apoiadores.
Enquanto o STF segue analisando o caso e a defesa de Bolsonaro busca afastar as acusações, a manifestação de Michelle mostra que o campo político não se limita às instâncias jurídicas. Em tempos de intensa polarização, cada gesto, palavra ou postagem é carregado de significado. O versículo bíblico e o louvor escolhidos pela ex-primeira-dama, longe de serem apenas expressões de fé, revelam também a tentativa de manter viva a chama do apoio popular. “Abatidos, mas não destruídos” não soa apenas como um refrão religioso, mas como uma síntese da estratégia política que tenta resistir, em meio às pressões, para seguir presente no cenário nacional.
