Passou dos limites: Olha só o que o Lula disse de Bolsonaro, mandou ele ir tom… Ler mais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar duramente a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante um evento em São Paulo, nesta sexta-feira (10). Em discurso que repercutiu nacionalmente, o petista afirmou que o Brasil foi governado por uma “tranqueira” e classificou o período anterior como um tempo de “semidestruição” do país. As declarações ocorreram durante o lançamento de um novo modelo de crédito imobiliário, que promete facilitar o acesso à casa própria para famílias de baixa renda.
Com tom firme e discurso voltado à reconstrução do país, Lula fez uma avaliação sobre os desafios enfrentados pelo governo desde que assumiu o Palácio do Planalto em 2023. Segundo ele, a atual gestão precisou “refazer o que havia sido desmantelado” nos últimos anos. “Vocês têm noção do que aconteceu nesse país nos últimos seis anos? A gente teve que passar dois anos tentando reconstruir. Fizemos a PEC da Transição para garantir recursos mínimos de funcionamento, porque a tranqueira que governava não cuidou disso”, disse o presidente, em referência ao governo anterior.
O evento ocorreu na zona oeste de São Paulo e contou com a presença de importantes nomes do governo federal, como o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Jader Filho (Cidades), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Márcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência), além dos presidentes da Caixa Econômica Federal e do Banco Central. O novo modelo de crédito imobiliário lançado promete taxas de juros reduzidas e linhas especiais de financiamento para famílias com renda de até três salários mínimos, como parte do programa Minha Casa, Minha Vida.
Em meio à apresentação do projeto, Lula aproveitou para defender as ações de seu governo e destacar avanços econômicos obtidos nos últimos meses. Ele citou o crescimento do PIB, a queda da inflação e o aumento do emprego formal como sinais de que o país “voltou a andar no rumo certo”. “O Brasil está arrumado. Voltamos a investir em moradia, em saúde, em educação e em obras paradas. O que estamos fazendo é devolver dignidade ao povo trabalhador”, afirmou.
As declarações, porém, rapidamente geraram repercussão política. Aliados do ex-presidente Bolsonaro reagiram nas redes sociais, classificando o discurso de Lula como “ofensivo” e “populista”. Deputados e senadores da oposição afirmaram que o atual governo tenta transferir responsabilidades e esconder dificuldades enfrentadas na economia. Já apoiadores do presidente consideraram a fala como um desabafo legítimo, ressaltando que o governo herdou um país com contas públicas desequilibradas e programas sociais enfraquecidos.
Analistas políticos interpretam o discurso como parte de uma estratégia de comunicação voltada à consolidação da base de apoio do governo, especialmente em um momento em que o Planalto busca fortalecer sua imagem diante de pautas econômicas e sociais sensíveis. Para especialistas, Lula tenta reforçar a narrativa de que sua gestão representa um processo de reconstrução nacional, contrastando com a herança do governo anterior. “É uma forma de reafirmar o compromisso com o eleitorado que acredita na retomada do Estado como indutor de desenvolvimento”, explica o cientista político Marcos André, da Universidade de Brasília (UnB).
Apesar da tensão política, o evento também serviu para sinalizar união dentro da base aliada, com a presença conjunta de Lula e Alckmin — uma aliança que simboliza a tentativa de equilibrar o discurso progressista com a moderação institucional. O lançamento do novo modelo de crédito imobiliário foi recebido com otimismo por entidades do setor, que acreditam que a medida pode estimular a construção civil e gerar milhares de empregos. Lula encerrou o discurso reforçando a importância de “governar para todos os brasileiros” e prometendo que o país continuará no caminho da recuperação. “O Brasil vai voltar a ser grande, porque o povo brasileiro merece viver bem”, concluiu o presidente, sob aplausos.