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Foi divulgado a verdadeira causa do AVIÃO que MATOU 62 pessoas nessa tarde, fui culpa do g… Ver mais

O engenheiro aeronáutico Celso Faria de Souza, um renomado perito criminal em acidentes aeronáuticos e diretor da Associação Brasileira de Segurança de Voo (Abravoo), apresentou duas hipóteses principais para o acidente envolvendo o avião da Voepass que ocorreu em Vinhedo. Baseando-se nas imagens capturadas do incidente, Souza acredita que uma das causas tem 95% de probabilidade de ser a principal razão da queda.

Segundo Souza, havia previsão de formação de gelo na área onde o acidente ocorreu. Ele explica que, caso o gelo tenha se formado na asa da aeronave, o sistema de degelo pode não ter funcionado adequadamente, levando à perda de sustentação do avião e resultando na queda. Essa teoria é apoiada pelas imagens que mostram que a estrutura da aeronave estava aparentemente intacta, sem sinais de avarias significativas, o que reforça a possibilidade de formação de gelo. Outro piloto, que estava operando um A320 e se dirigia ao Aeroporto de Guarulhos no mesmo dia, relatou a formação de gelo na janela lateral da cabine, um fenômeno considerado raro.

A outra hipótese levantada por Souza, embora menos provável, é de que a aeronave tenha sofrido um desbalanceamento durante o voo. Essa situação pode ocorrer se a carga dentro do avião se deslocar para a parte traseira, resultando em uma mudança no centro de gravidade e causando a perda de sustentação. No entanto, Souza enfatiza que essa teoria tem uma chance muito menor de ser a causa do acidente.

Adicionalmente, dados do site Flight Radar indicam que o avião estava voando a 17 mil pés, uma altitude onde havia condições favoráveis à formação de gelo severo. Um piloto e especialista em segurança de voo, que preferiu permanecer anônimo, confirmou que a aeronave estava em uma área com alta probabilidade de formação de gelo, o que corrobora a teoria de Souza sobre a causa do acidente.

O professor Jorge Eduardo Leal Medeiros, da Escola Politécnica da USP, especializado em Transportes Aéreos e Aeroportos, alerta que ainda é prematuro apontar uma causa definitiva para o acidente. No entanto, ele reconhece que especialistas em meteorologia já haviam identificado riscos de acúmulo de gelo na rota planejada para a aeronave. O acúmulo de gelo nas asas é um fator crítico, pois impede que o ar flua corretamente sobre a superfície da asa, o que é essencial para a manutenção do voo. Quando isso ocorre, a aeronave pode entrar em um movimento de queda em espiral, como aparentemente aconteceu no caso do avião da Voepass.

O avião ATR-72 da Voepass, que partiu de Cascavel, no Paraná, com destino a Guarulhos, São Paulo, estava próximo de iniciar sua descida quando caiu nas proximidades de Vinhedo. Pilotos que falaram com a reportagem destacaram que as condições climáticas na área, com formação de gelo, foram um fator contribuinte para a perda de controle da aeronave. Este tipo de avião, ao contrário de jatos maiores como os da Boeing ou Airbus, opera em altitudes mais baixas, o que o torna mais suscetível a congelamento.

O ATR-72 transportava 58 passageiros e quatro tripulantes no momento do acidente. Pelas imagens capturadas durante a queda, é possível observar que o avião estava em voo de cruzeiro quando perdeu sustentação, entrando em um movimento conhecido como “parafuso chato”, uma manobra de difícil recuperação. Em situações normais, os pilotos são treinados para lidar com a perda de sustentação e recuperar o controle da aeronave. No entanto, no caso do ATR-72, a presença de gelo pode ter comprometido a eficácia dos sistemas de degelo, impedindo a recuperação do avião e resultando na tragédia.

Em resumo, as duas hipóteses principais sugeridas pelo perito Celso Faria de Souza apontam para a formação de gelo como a causa mais provável do acidente, enquanto o desbalanceamento da carga a bordo é considerado uma possibilidade menos provável. O caso ressalta a importância de uma investigação detalhada para determinar as circunstâncias exatas que levaram à queda do avião da Voepass, garantindo que medidas preventivas possam ser tomadas para evitar incidentes semelhantes no futuro.