Política

Moraes recebe a pior notícia, perdeu a o mand… Ler mais

O advogado Jeffrey Chiquini, que integra a defesa do ex-assessor presidencial Filipe Martins, voltou a agitar o cenário político e as redes sociais nesta sexta-feira (10) com uma declaração que promete gerar novos desdobramentos. Em uma postagem feita no X (antigo Twitter), Chiquini afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teria se baseado em informações falsas para justificar a prisão de Martins, um dos nomes ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e investigado em inquéritos relacionados aos atos de 8 de janeiro.

Segundo o advogado, a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP) teria divulgado um comunicado oficial negando que Filipe Martins tenha entrado nos EUA em 30 de dezembro de 2022, data que, de acordo com Chiquini, consta nos autos do inquérito brasileiro. A informação, se confirmada, contradiz uma das principais linhas da investigação que embasou a prisão do ex-assessor. “O documento americano desmonta parte da narrativa usada para justificar a prisão de Filipe”, afirmou o advogado em seu perfil, insinuando que houve uso de provas falsificadas por autoridades brasileiras.

Em poucos minutos, a publicação de Chiquini ganhou força nas redes. O advogado divulgou ainda um vídeo em tom de denúncia, no qual afirmou: “Tá vindo prisão para autoridades brasileiras! Urgente: novidade no processo do Filipe Martins nos EUA. Vem aí prisão para autoridades brasileiras que usaram documento falso para prender Filipe Martins.” A mensagem viralizou e rapidamente foi replicada por influenciadores e políticos alinhados ao bolsonarismo, reacendendo o debate sobre os limites da atuação do Supremo Tribunal Federal nos processos contra ex-integrantes do governo Bolsonaro.

A repercussão foi imediata. O nome de Filipe Martins chegou a ficar entre os assuntos mais comentados do X, enquanto apoiadores do ex-presidente aproveitaram para criticar o que chamam de “excessos do Judiciário”. Já críticos do advogado classificaram a acusação como uma estratégia de defesa midiática, sem base jurídica sólida. Mesmo assim, o episódio ampliou o clima de tensão entre setores da direita e o STF, que já enfrentam uma relação marcada por desconfiança e embates públicos.

Nos dias seguintes, Chiquini manteve o tom combativo. Em novas postagens, prometeu “expor todas as irregularidades” do processo e anunciou que pretende levar as denúncias às autoridades americanas, sugerindo que pode haver fraude documental e violação de direitos humanos. Segundo o advogado, a defesa de Martins está reunindo documentos que comprovariam que as informações usadas pelo STF foram manipuladas. Até o momento, o Supremo Tribunal Federal não se pronunciou oficialmente sobre as declarações do advogado.

Fontes próximas à defesa afirmam que Chiquini busca abrir um canal de cooperação internacional com as autoridades dos Estados Unidos para investigar a suposta falsificação dos registros migratórios. Há, inclusive, conversas para que uma representação formal seja enviada ao Departamento de Justiça americano (DOJ), o que, se confirmado, poderia trazer implicações diplomáticas entre Brasil e EUA. Apesar disso, especialistas consideram improvável que o caso evolua para uma crise institucional, uma vez que o processo contra Filipe Martins é de competência da Justiça brasileira.

Enquanto o embate jurídico e político se intensifica, o caso revela mais uma vez como as redes sociais se tornaram palco central das disputas narrativas no país. A declaração de Jeffrey Chiquini mobilizou tanto apoiadores quanto críticos, em um cenário em que cada novo movimento parece pensado para gerar impacto digital e midiático. No centro da polêmica, permanecem as mesmas questões que dividem o Brasil desde o fim do governo Bolsonaro: a confiança nas instituições, o papel do STF e os limites da justiça frente à política. O episódio mostra que, mais do que um simples embate jurídico, a prisão de Filipe Martins segue sendo um símbolo das disputas que continuam a moldar o cenário político brasileiro.