Após ser intimado na UTI: Bolsonaro piora de saúde, médicos alegam q… Ver mais

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta uma piora no seu estado de saúde, conforme revelou um novo boletim médico emitido na manhã desta quinta-feira (24) pelo Hospital DF Star, em Brasília. Internado há quase duas semanas após um mal-estar durante agenda política no Rio Grande do Norte, Bolsonaro permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado que inspira cuidados, com elevação da pressão arterial e piora significativa em exames laboratoriais, especialmente os que avaliam funções hepáticas.
Situação clínica: agravamento inesperado
Segundo a equipe médica, Bolsonaro está em jejum absoluto e recebe nutrição exclusivamente por via parenteral, ou seja, diretamente pela corrente sanguínea. Além disso, segue com sessões diárias de fisioterapia motora e medidas rigorosas para prevenção de trombose venosa. A rotina hospitalar é intensa e repleta de protocolos restritivos, inclusive quanto às visitas — que, oficialmente, seguem proibidas.
Apesar da recomendação, aliados políticos continuam acessando a UTI. Na última terça-feira (22), o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, esteve no quarto de Bolsonaro. No dia seguinte, foi a vez do pastor evangélico Silas Malafaia visitar o ex-presidente, aumentando a polêmica sobre o cumprimento das normas hospitalares.
Histórico da internação
Jair Bolsonaro deu entrada no Hospital DF Star em 11 de abril, após passar mal durante um compromisso público no Nordeste. A condição exigiu uma cirurgia de desobstrução intestinal — procedimento que não é novidade em seu histórico médico desde a facada sofrida em 2018.
Desde então, a recuperação vem sendo acompanhada com atenção pela equipe do hospital e por apoiadores do ex-presidente. Os boletins médicos são divulgados diariamente, com exceção da última quarta-feira (23), quando o silêncio da instituição gerou rumores sobre seu estado de saúde, agora parcialmente esclarecidos com a nota oficial desta quinta.
Intimação em meio à internação
A fragilidade clínica não impediu que Jair Bolsonaro fosse formalmente intimado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na quarta-feira, o ex-mandatário foi visitado por uma oficial de Justiça, que entregou pessoalmente a intimação na UTI. O episódio, gravado em vídeo, mostra a servidora permanecendo por mais de dez minutos no local enquanto coletava a assinatura do ex-presidente.
A intimação se refere ao processo no qual Bolsonaro é acusado de participar de uma tentativa de golpe de Estado, e que envolve outros nomes influentes do cenário político brasileiro. A Corte alegou que a recente participação de Bolsonaro em uma live, mesmo hospitalizado, comprovou sua capacidade de responder ao chamado da Justiça.
Em nota, o STF afirmou:
“A citação dos réus informando o início da ação penal e a intimação para apresentação de defesa foram determinadas em 11 de abril. Em virtude da internação, aguardava-se o momento oportuno. A live transmitida por ele em 22/4 demonstrou essa possibilidade”.
Conexão entre saúde e política
O caso de Jair Bolsonaro expõe mais do que apenas uma fragilidade clínica — ele escancara o entrelaçamento entre saúde e política em tempos de polarização. Enquanto sua recuperação atrai olhares da ala conservadora, a Justiça avança em processos que podem comprometer o futuro político do ex-presidente.
A movimentação nos bastidores também revela as tensões internas no Partido Liberal e entre aliados religiosos, que continuam apostando na figura de Bolsonaro como liderança central da direita brasileira, mesmo diante das adversidades.
O que esperar nos próximos dias?
O Hospital DF Star não estabeleceu prazo para alta. Novos exames de imagem estão previstos ainda para esta quinta-feira, e a expectativa é que eles tragam mais clareza sobre a evolução do quadro clínico.
Enquanto isso, cresce a especulação sobre o impacto da saúde de Bolsonaro em sua capacidade de articulação política. A permanência prolongada na UTI pode alterar o cronograma de compromissos e falas públicas, além de influenciar diretamente sua defesa nas investigações conduzidas pelo STF.
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