Notícias

Esses são os policiais mortos em combate na operação do RJ, um deles era filho do Zec… Ler mais

Em uma das operações mais intensas dos últimos meses contra o crime organizado no Rio de Janeiro, quatro policiais perderam a vida em confronto com criminosos ligados ao Comando Vermelho. A tragédia, que abalou profundamente as forças de segurança e a população fluminense, levou o Governo do Estado a anunciar a promoção póstuma dos agentes, como forma de homenagear o sacrifício feito em nome da sociedade. A decisão foi confirmada pelo governador Cláudio Castro, que destacou a bravura e o compromisso dos policiais em defesa da paz.

A megaoperação, realizada nesta terça-feira (28), mobilizou centenas de agentes em diversas comunidades da Zona Norte, incluindo os complexos do Alemão e da Penha, regiões dominadas há décadas pelo tráfico de drogas. O objetivo era desarticular células criminosas e prender líderes da facção. Em meio ao intenso tiroteio, os policiais Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, comissário da 53ª DP, Rodrigo Velloso Cabral, da 39ª DP, e os sargentos do Bope, Cleiton Serafim Gonçalves e Heber Carvalho da Fonseca, acabaram atingidos. Apesar dos esforços das equipes médicas, os quatro não resistiram aos ferimentos.

A confirmação da morte dos policiais provocou uma onda de comoção nas redes sociais e entre colegas de farda. Em nota publicada em seu perfil oficial, o governador Cláudio Castro lamentou profundamente as perdas e destacou o compromisso dos agentes com a segurança pública. “Eles serviram ao Estado com coragem, defendendo o que acreditavam: um Rio mais seguro e livre”, afirmou. O governador também reforçou que as famílias das vítimas receberão todo o suporte do governo, além da promoção póstuma que reconhecerá o empenho e o legado de cada um.

Os sargentos do Bope, conhecidos por atuarem nas missões mais perigosas da corporação, tinham carreiras marcadas pela disciplina e pela dedicação. Cleiton Serafim Gonçalves, de 42 anos, estava na Polícia Militar desde 2008. Descrito por colegas como um profissional exemplar, ele deixa esposa e uma filha. Já Heber Carvalho da Fonseca, de 39 anos, ingressou na corporação em 2011 e deixa esposa, dois filhos e um enteado. Ambos eram experientes em incursões em áreas de alto risco e estavam na linha de frente da operação quando foram surpreendidos pelos disparos.

Os investigadores Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho e Rodrigo Velloso Cabral também tiveram trajetórias marcadas pelo compromisso com o dever. Lotados nas delegacias da 53ª e 39ª DP, respectivamente, eles participavam da força-tarefa integrada entre a Polícia Civil e a Polícia Militar. Segundo colegas, ambos eram profissionais respeitados e atuavam com firmeza no combate às facções criminosas. A perda desses agentes representa um duro golpe para as forças de segurança, que convivem diariamente com o perigo em busca de um Rio menos violento.

Enquanto as investigações sobre o confronto seguem em andamento, o clima é de luto nas corporações e nas famílias dos policiais. Cerimônias de despedida devem ocorrer nos próximos dias com honras militares. A Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que uma comissão está prestando assistência psicológica e social às famílias, garantindo o apoio necessário neste momento de dor. Já o Governo do Estado planeja realizar um ato solene em homenagem aos quatro heróis, destacando o valor de quem dedica a vida à proteção do próximo.

A operação que terminou em tragédia reacende o debate sobre os desafios enfrentados pelas forças de segurança no Rio de Janeiro. Apesar dos avanços obtidos em algumas áreas, a presença do tráfico e o poder das facções ainda representam uma ameaça constante. Para muitos especialistas, a perda de policiais em serviço evidencia a necessidade de políticas públicas mais eficazes e de investimentos contínuos em inteligência e estrutura. Em meio à dor e às homenagens, fica a lembrança dos quatro agentes que tombaram cumprindo o juramento de proteger e servir — um gesto de coragem que agora se eterniza na memória da corporação e na história do estado.